"Mesmo tendo investido em vários programas, múltiplos modelos, plataformas, cursos e afins, T&D sentia que a empresa não 'aprendia'."

Essa declaração reflete uma preocupação comum entre gestores e líderes empresariais. Muitas organizações investem fortemente em treinamentos, tecnologias educacionais e programas de desenvolvimento com a expectativa de impulsionar a performance e a inovação. No entanto, apesar desses esforços e dos recursos aplicados, os resultados esperados frequentemente não são alcançados.

Por que isso acontece?

O problema está na maneira como a educação corporativa é abordada.

Muitas organizações adotam tecnologias avançadas para o desenvolvimento de colaboradores, como plataformas digitais de aprendizado, AI, webinars, simulações e realidade aumentada —mas não obtêm resultados significativos porque continuam perpetuando o triste célebre modelo pedagógico tradicional. Um modelo caracterizado pela transmissão de conteúdos do instrutor, organizado de forma rígida e linear, que segue práticas que remontam à educação do século XVII.

Esse modelo de educação focado somente no ensino reduz o processo educacional a uma simples transmissão de informações, tratando o ensino como a entrega de conteúdo e a aprendizagem como mera memorização. Essa visão ultrapassada ignora as demandas do contexto atual, onde possuir informação já não basta. Hoje, é crucial saber como e quando aplicar o conhecimento, o que exige um processo de aprendizagem compreensiva na qual o aluno interage, reflete e constrói o conhecimento de maneira ativa.

Tecnologia sem Transformação

Quando as tecnologias são usadas apenas para reproduzir conteúdos de maneira passiva, elas não atingem seu potencial de promover um aprendizado voltado para a aplicação no ambiente de trabalho. As ferramentas acabam sendo mal aproveitadas, transformando o treinamento em uma formalidade, sem impacto significativo na melhoria do desempenho ou no desenvolvimento de competências estratégicas.

Reformular a essência

Para que os investimentos em treinamento gerem os resultados esperados, é crucial que as organizações revisem suas abordagens educacionais. A simples transmissão de informações com uso de LXPs, AI ou outras tecnologias modernas sem uma mudança na filosofia de ensino não são suficientes.

As empresas precisam abandonar o modelo tradicional focado no acúmulo de saberes e abraçar uma educação focada na ação e na reflexão, transformando o aprendizado em algo significativo e aplicável no dia a dia. O sucesso da aprendizagem corporativa depende da capacidade de transformar informações em competências práticas, conectadas aos desafios reais do ambiente de trabalho. Sem essa transformação, os esforços em treinamento continuarão a ser um custo sem o retorno desejado.