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Multitarefa, superpoder ou mito? 

Multitarefa

Ser multitarefa está na moda, considerar-se super eficiente é como sentir um super poder que as pessoas acham que possuem para lidar com as múltiplas demandas do dia a dia. Elas expressam com orgulho seu super poder, entendendo que se encontram melhor adaptadas ao contexto que outras. No entanto, pesquisas realizadas pela Universidade de Stanford indicam que ser multitarefas tem um custo, e ele não parece ser nada trivial. 

Imagine a seguinte situação: você está trabalhando no seu computador, participando numa reunião no Zoom e respondendo mensagens no seu WhatsApp. Soa familiar? 

Ou está numa reunião presencial, onde um colega está apresentando um projeto, mas você está concentrado em responder as mensagens que estão chegando no seu WhatsApp. 

Você acha que está no controle, que está conseguindo fazer todas essas coisas com a qualidade de sempre, mas… começa a ficar mais e mais cansado, a cometer erros, seu pensamento começa a ficar mais lento, a perder a atenção, e a esquecer; a frustração vai em aumento, ao perceber que não consegue lembrar algo que sabe que sabe, está na ponta da língua, mas não consegue lembrar. 

As pesquisas indicam que a multitarefa pesada, com mais de três fontes simultâneas de informação, pode interferir na memória de trabalho, fazer com que tenhamos um rendimento menor e até, potencialmente, criar problemas de memória de longo prazo.

Acontece que, como explica Kevin Paul Madore, neurocientista da Universidade de Stanford: “Quando assumimos uma tarefa, várias redes cerebrais que lidam com atenção e controle cognitivo estão envolvidas. Tentativas de multitarefa pesadas podem criar interferência entre essas redes, e isso pode levar a um processamento mais lento, bem como ao aumento de erros” 

“Quando você tem fontes concorrentes de atenção, seu desempenho na tarefa geralmente será reduzido” – Madore.

A multitarefa não leva a uma maior produtividade!

Segundo Daniel Goleman, na multitarefa:

  • Perde-se qualidade: com o ir e vir da atenção, muitos detalhes se perdem e há uma diminuição de precisão ou velocidade
  • Gera-se mais cansaço mental: repetir esse processo sem parar gera um desgaste mais rápido do que se você se concentrasse em apenas uma coisa. Isso pode até causar estresse.
  • E supõe uma menor concentração e memória: a constante mudança de foco parece prejudicar a ambos.

Para Meyer, coordenador do Brain Action and Cognition Lab da Universidade de Michigan:

“O mundo está passando por uma crise de atenção que está piorando, muito mais do que as pessoas acham. Estamos diante de uma praga cognitiva que tem o potencial de apagar a concentração e o pensamento produtivo de uma geração inteira”. 

Por esse motivo é que promovemos uma educação mais inteligente que possibilite superar o ruído e a sobrecarga de informação.

Parece que o superpoder que necessitamos é a capacidade de ser indistraíveis, de prestar atenção, e manter a atenção durante o tempo necessário para fazer o que necessitamos fazer.

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Daniel Luzzi

Head of Education: Cognita Learning Lab • Prof. Fundação Dom Cabral • Doutor em Educação USP

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