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As síndromes do idiota confiante e do impostor

Vejo todos os dias nas redes sociais post e mais post de gente se autoproclamando como inovadora, disruptiva ou simplesmente extraordinária.

Daniel Luzzi

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27 de set. de 2017

Vejo todos os dias nas redes sociais post e mais post de gente se autoproclamando como inovadora, disruptiva ou simplesmente extraordinária.

Alguns deles tem milhares de seguidores que enchem ainda mais a sua bola fazendo que eles acreditem ser um ponto fora da curva; outros utilizam seu charme para vender palestras de temas científicos com 4 técnicas básicas com nomes bonitos que não acrescentam nada a vida de ninguém. E por aí vai.

É claro que existe gente de todo tipo nas redes sociais, inteligente, com muita experiência e uma sensibilidade especial que nos enriquece. Mas, e se também, junto a isso existisse um grande número de pessoas representantes de duas conhecidas patologias se retroalimentando?

Por um lado os "idiotas confiantes", se achando geniais, e por outro os que sofrem da "síndrome do impostor" enchendo a sua bola!

Tenho escrito já sobre a síndrome de superioridade ilusória. Os portadores dessa síndrome receberam de Dunning o carinhoso apelido de “idiotas confiantes”. 

“Os incompetentes são frequentemente abençoados com uma confiança inadequada, afiançada por alguma coisa que, para eles, parece conhecimento.”

Em contraposição à síndrome de superioridade ilusória, estudada por Dunning, Pauline Clance da Universidade do Estado da Geórgia investigou outra patologia que se forma no extremo oposto, é dizer os indivíduos que possuem real competência técnica mas possuem uma autoconfiança intelectual fragilizada e subestimam seus conhecimentos.

São pessoas que tendem a confiar mais em outros que neles mesmos, ainda que os outros não tenham capacidade para assumir a tarefa.

Esse "complexo de inferioridade" Pauline chamou de Síndrome do Impostor.

A síndrome, além de impulsionar o efeito Dunning-Kruger em outras pessoas, também é uma barreira para o crescimento profissional.

Isso ocorre porque, além da baixa autoconfiança, essas pessoas desviam a atenção de si, valorizando pontos fortes em outras pessoas e confiando a elas trabalhos que poderiam assumir - pois "os inteligentes são cheios de dúvidas.

A pergunta é:

Como crescer sem cair na armadilha de ser um idiota confiante ou de se sentir um impostor?

Acredito eu que o mesmo avanço da ciência pode servir como elixir para prevenir, minimizar e curar ambas patologias.

1) A característica mais marcante da realidade atual é a complexidade; um elixir para todos os que se acham geniais já que para atuar se exige uma perspectiva interdisciplinar. E todos sabemos que não existem pessoas interdisciplinares, existem grupos. Ninguém sabe tudo!

2) Por mais conhecimentos que tentemos construir, estes sempre serão significados e interpretados a luz dos conhecimentos e experiências anteriores que cada uma das pessoas acumulou ao longo da sua vida, assim, o coletivo de profissionais sempre terá uma visão mais ampla e rica que um indivíduo. A inteligência coletiva supera a inteligência individual.

4) Todos e falo todos os seres humanos tem algum tipo de conhecimento, organizado ou não, cientifico ou vulgar, produto do estudo ou da experiência, que podem ensinar a outros. Desta forma na sociedade atual somos todos aprendizes e mestres ao mesmo tempo. Isso nos faz pensar que uma das competências mais importantes na vida é a capacidade de escutar como principio ativo do diálogo.

Fala-se muito de tecnologia educativa mas na minha opinião a verdadeira revolução educativa terá origem na mudança do modelo pedagógico, que signifique e de sentido a tecnologia na formação de um novo sujeito social.

A pedagogia da resposta tem que dar lugar a pedagogia da pergunta.

A pedagogia do acerto tem que dar lugar a pedagogia do erro.

Caso contrario corremos o risco de estar formando uma nova geração de idiotas confiantes e de pessoas com síndrome do impostor.


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