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Ensino sem Aprendizagem

Triste experiência de professores e alunos

Daniel Luzzi

·

14 de jul. de 2016

Os cursos mais atuais, com os melhores conteúdos de cada área, e os métodos mais de moda continuam a fracassar devido a incapacidade dos especialistas em construir interdisciplinarmente as experiências de aprendizagem. 

Quantas vezes observamos alunos brilhantes nos nossos cursos que posteriormente se mostraram incapazes de lidar com os ambientes dinâmicos que a sociedade da informação e o conhecimento apresenta? E por outro lado alunos nem tão brilhantes, em relação aos critérios de avaliação (que poderemos discutir em outras aproximações) que sim tem tido sucesso, não por saber muito de algo, mas por ter construído as competências necessárias para a construção-adaptação que exigem as sociedades do conhecimento.

Acontece que o que a maioria chama de conteúdo não deixa de ser só um dos elementos necessários para o sucesso; lamentavelmente nos nossos modelos educativos o reducionismo impera: os sujeitos educativos continuam sendo reduzido à sua dimensão cognitiva, a educação aos conteúdos, os conteúdos às informações, o ensino à transmissão de informações, os métodos à busca das formas mais eficientes de transmitir informações, e a aprendizagem à lembrança de informações.

Tudo errado.

Conheço muita gente inteligente, com as melhores formações acadêmicas fracassando por não poder lidar com o imprevisto, por exemplo, ou não ter suficiente maturidade emocional para lidar com o conflito; ou poder se enriquecer no confronto de ideias opostas as suas crenças.

Vi um vídeo outros dias de um executivo internacional do Brasil, representante de uma das confederações de indústria mais importantes brigando em Viena numa reunião de investidores por não saber construir um argumento aberto que permitisse incorporar o pensamento oposto, um verdadeiro vexame para o Brasil, e um verdadeiro fracasso formativo, na minha opinião.

Acho que o pior problema é que os espaços formativos dos executivos, em geral, sempre foram construídos de forma homogênea, com gente igual que eles, que partilham das suas crenças, e isso num mundo complexo e global significa a morte quando se topam com o contraditório. A solução esta em se rodear de profissionais diversos, e não com gente igual a gente. Se constrói no dissenso não no consenso.

Na Alemanha por exemplo os alunos de ensino médio tem como disciplina a análise de problemas, a construção de pontos de vista, a argumentação de pontos de vista frente a outros grupos, a capacidade de diálogo e de encontro de pontos comuns para a construção.

Por outro lado, devemos questionar a consciência ingênua de professores que acham que tudo se resolve com mais conteúdo (no tradicional entendimento do conceito) com mais horas de curso, acreditando que mais do mesmo pode fazer a diferença, sem entender por exemplo a capacidade de recepção informativa dos alunos e seus pontos de saturação conceitual, ou o que significa um subsunçor  conceitual  e a sua importância na construção de conhecimentos.

Mas nem precisamos chegar tão longe, se vocês observam os objetivos dos cursos, poderíamos considerar que são mais metas que objetivos, são amplos, com intervenções gerais, intangíveis, abstratos e não apresentam elementos de avaliação, todo o contrario do que um bom objetivo deveria ser.

Os especialistas frequentemente mencionam o uso da sigla S—K—A para estabelecer objetivos educacionais. SKA significa (em inglês):

  • Habilidades (Skills) - O que os alunos deverão ser capazes de fazer após a conclusão do curso.

  • Conhecimento (Knowledge) - O que os alunos deverão saber e compreender após a conclusão do curso.

  • Atitudes (Attitudes) - Quais serão as opiniões dos alunos a respeito do tema abordado pelo curso após sua conclusão.

Mas o que cada perfil profissional necessita? Como regular a quantidade de conhecimento necessário em cada perfil? Como incorporar os estilos de pensamento e de maturidade emocional para executar uma tarefa e para se adaptar as frequentes mudanças que a sociedade apresenta?

Os especialistas há muito tempo alertam de que a transmissão de informação e de memorização, não constituem ferramentas cognitivas adequadas para lidar com a diversidade de fenômenos que a sociedade da informação e do conhecimento demanda. São apenas métodos que fortalecem o pensamento empírico, dicotômico, descritivo, simplificador, e classificatório. Estilos que também tem se demonstrado incapazes de formar pessoas que possam compreender os desafios do presente.

Forma e conteúdo são na aprendizagem dos espelhos, um na frente do outro, que para não provocar perplexidade no observador devem refletir as duas caras da mesma imagem. Se o que tem que ser aprendido evolui, e ninguém duvida de que evolui, e cada vez a maior velocidade, a forma em que tem que se aprender e ensinar também deve evoluir, e isto não acontece com a mesma facilidade, com o que o espelho reflete uma imagem estranha,  um tanto deteriorada da aprendizagem.

No entanto outra dificuldade é pensar que existe um método didático universal que pode ser usado para a construção de todo conhecimento, assim o método de resolução de problemas parece que serve para tudo o que qual não é tão certo assim, na educação, para temos a disposição diversos métodos e técnicas a , no só na consideração de tipos de conhecimentos mas também em relação a formação previa dos nossos alunos, o que numa turma funciona muito bem na outra pode ser um fracasso.

Outro problema é que se confunde ação com atividade educativa, mas para não me estender demais deixo para outra oportunidade.

O importante é não esquecer o que Mark Twain nos alertava, se na sua caixa de ferramentas o educador só tem um martelo, tenderá a tratar todo conhecimento e todo aluno como se fosse um prego. 

Até a próxima.

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