dluzziando
Neuromitos na educação: ciência e charlatanearia!
Quem não tem lido, escutado ou até estruturado cursos sobre os famosos estilos de aprendizagem?

Daniel Luzzi
·
6 de mar. de 2018




Quem não tem lido, escutado ou até estruturado cursos sobre os famosos estilos de aprendizagem?
Ainda mais neste momento de intenso trabalho em sistemas adaptativos para construir aprendizagens personalizadas que, em teoria, segundo os gurus de plantão, promoverão as chance de sucesso dos alunos.
Estudos de Dekker, Lee, Howard-Jones, & Jolles, Newton, entre outros, começaram a desvelar este e outros Neuromitos.
Paul Howard-Jones, professor de neurociência e educação na Universidade de Bristol diz que o problema é que muitas pessoas tentaram simplificar as complicadas ideias cientificas.
Esses mitos são então ” promovidos pela vítimas de seu próprio pensamento positivo” que são sinceras, mas iludidas em sua crença de que alguma teoria excêntrica vai “revolucionar a ciência e a sociedade”
Muitos desses mitos sobre o cérebro têm persistido em escolas e colégios por muitas décadas, sendo frequentemente usados para justificar abordagens de ensino ineficazes. (Howard-Jones, 2014).
Mas não acredite que este é um problema brasileiro, por favor, "Em 2012, Dekker, Lee, Howard-Jones, & Jolles, pediram a 242 professores do Reino Unido e dos Países Baixos para distinguir entre neuromitos e fatos cientificamente comprovados. O conceito de estilos de aprendizagem (auditivas, visuais, cinestésicas) foi identificado como sendo o fato mais confiável, embora seja na verdade um grande mito: Cerca de 93% dos professores do Reino Unido e 96% dos professores dos Países Baixos acreditaram que se tratava de uma verdade".
Muitos pesquisadores pensam que estes são mal entendidos clássicos derivados da transposição didática de ideias da ciências aplicadas a campos profissionais, outros, como o professor Pashler ja enxerga uma industria que floresce nos interstícios da falta de conhecimento, ou eu diria até da falência das universidades em seu papel de comunicadora do avanço cientifico, e até dos sistemas educacionais e a formação profissional que promovem.
E um estudo de 2008 por Harold Pashler, professor de psicologia na Universidade da Califórnia em San Diego, foi contundente.
Apesar da preponderância do conceito de estilos de aprendizagem “do jardim de infância à pós-graduação”, e uma “próspera indústria” dedicada a elaborar esses guias para professores, Pashler encontrou que não havia provas rigorosas para esse conceito.
Ele escreveu:
“Embora a literatura sobre estilos de aprendizagem seja enorme, muito poucos estudos têm até mesmo usado uma metodologia experimental capaz de testar a validade dos estilos de aprendizagem aplicados à educação. Além disso, daqueles que usavam métodos apropriados, vários encontraram resultados que, declaradamente contradizem a hipótese encontrada comumente. Concluímos, portanto, que, neste momento, não há nenhuma base factual suficiente para justificar a incorporação de avaliações de estilos de aprendizagem nas prática educacionais em geral.”
E, finalmente, parece que muitas pessoas simplesmente querem acreditar nos mitos de aprendizagem. Depois que Coffield publicou seu estudo em 2004, ele disse ao jornal The Guardian,
“Abordagens de baixo custo que podem ser facilmente implementadas em sala de aula certamente podem cultivar a esperança entre os educadores, especialmente se elas são divertidas e, portanto, susceptíveis de ser bem recebidas pelos alunos.”
No contexto do século XXI e na emergencia da complexidade, vemos todos os dias propostas de cursos e palestras miraculosas que simplificam e empacotam umas poucas técnicas como panaceias que irão resolver os problemas de ensino-aprendizagem.
Uma das coisas mais importantes no dia de hoje é a visão complexa e a complementariedade resultante tanto na pesquisa como na prática profissional; não existem abordagens que possam dar conta de todas as demandas de conhecimento.
A inteligência e inovação neste momento histórico é se libertar das receitas de suposto sucesso, entendendo que cada tipo de competência a desenvolver, e em cada contexto em particular requer uma combinação de fatores diferente para dar certo.
Referências:
Dekker, S., Lee, N. C., Howard-Jones, P. & Jolles, J. Neuromyths in education: prevalence and predictors of misconceptions among teachers. Front. Psychol. http://dx.doi.org/10.3389/fpsyg.2012.00429 (2012).
Goldhill. O. The concept of different “learning styles” is one of the greatest neuroscience myths. https://qz.com/585143/the-concept-of-different-learning-styles-is-one-of-the-greatest-neuroscience-myths/
Vamos agendar uma conversa?
Conte-nos sobre seu desafio e entraremos em contato o mais breve possível.
Vamos agendar uma conversa?
Conte-nos sobre seu desafio e entraremos em contato o mais breve possível.
Vamos agendar uma conversa?
Conte-nos sobre seu desafio e entraremos em contato o mais breve possível.
Vamos agendar uma conversa?
Conte-nos sobre seu desafio e entraremos em contato o mais breve possível.
@ Cognita Learning Lab 2025
@ Cognita Learning Lab 2025
@ Cognita Learning Lab 2025
@ Cognita Learning Lab 2025