T&D360 Live - Ep 2
O Futuro das Plataformas de Aprendizagem
Além do controle e da experiência
Gustavo Brito
·
26 de jun. de 2025
Vamos conversar sobre algo que tem me intrigado bastante: as plataformas de aprendizagem. Essas ferramentas estão por aí, prometendo revolucionar a educação corporativa, mas quando olhamos com atenção, percebemos que muitas ainda não colocam a aprendizagem no centro de seu design.
Desde os anos 90, o Learning Management System (LMS) tem dominado o cenário. Qual era seu grande propósito? "Administrar o processo de aprendizagem", "controlar que todo mundo fizesse", "veicular" e "transmitir" conteúdo. Percebam: não era sobre aprender, era sobre controlar. O papel do aluno se resumia a "prestar atenção para poder aprender".
Lembro de um LMS internacional que herdei certa vez. O processo de matrícula era tão complexo e manual que exigia a aprovação de um profissional de T&D. Com o tempo, os processos se automatizaram, mas a mentalidade de controle permaneceu enraizada.
E então surgiu o LXP, o Learning Experience Platform, trazendo uma nova proposta. "Agora temos experiência!" As interfaces ficaram mais atraentes, lembrando Netflix e TikTok. O problema é que passamos a confundir "experiência de navegação" com "experiência educacional". São coisas distintas, e essa confusão tem consequências.
Temos observado uma tendência de "TikTokização" da aprendizagem. Conteúdos rápidos, telas coloridas, informações que passam velozes demais para criar significado. Como disse uma participante da nossa live: "temos visto a experiência como fim, não como caminho".
Isso nos leva ao que chamo de "Tridente do Diabo" da educação corporativa: desengajamento, desconexão estratégica e desdém da liderança. Uma combinação que dificulta o sucesso de qualquer iniciativa educacional.
O que realmente precisamos é de um novo conceito: a Learning Action Platform (LAP), ou Plataforma de Ação de Aprendizagem. Na Cognita, a chamamos de Cognittron. A ideia central? O aprendiz precisa agir em nome da sua própria aprendizagem.
Acumular conhecimento não é o mesmo que aprender. É apenas um acúmulo de repertório. Aprender é transformar-se através da ação e da reflexão. É uma capacidade natural, presente "o tempo todo, em todo lugar".
Quando falamos de conteúdo, menos pode ser mais. No mundo atual, com tanta informação disponível, pouco tempo e atenção dividida, a qualidade se sobrepõe à quantidade. Um conteúdo relevante com propósito claro vale mais que dezenas de materiais superficiais.
Um conteúdo visualmente atraente pode capturar a atenção momentaneamente, mas sem propósito, esse engajamento é passageiro. O propósito surge quando a experiência é significativa, quando você se enxerga nela e percebe seu impacto positivo na sua vida.
O Cognittron demonstra como uma plataforma pode centralizar a aprendizagem e a ação. Em vez de trilhas lineares, ela trabalha com "mapas de navegação" para "expedições de aprendizagem". Oferece monitoramento visual do progresso, permitindo que o aluno acompanhe sua evolução individual e em relação ao grupo. Incorpora elementos de gamificação e fornece análises detalhadas de participação.
Um diferencial importante é sua base em "grafos de conhecimento" e neurodidática, desenvolvida com a Neo4j. Essa abordagem
permite uma experiência educacional mais livre e exploratória, apoiada por inteligência artificial.
No final, "o que garante a aprendizagem não é a tecnologia, mas como a utilizamos". As plataformas são ferramentas, e seu valor depende de como são projetadas para apoiar nosso processo cognitivo.
Nosso desafio é ir além da simples transmissão de informações e da busca por experiências superficiais. Precisamos construir ecossistemas que verdadeiramente promovam transformação e desenvolvimento contínuo. Não se trata de controle. Não se trata apenas de experiência. Trata-se de aprendizagem autêntica.
E isso, de fato, faz toda a diferença.
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Este artigo foi gerado a partir da conversa entre Gustavo Brito e Daniel Luzzi, na live Cognita T&D360 Live - Ep 2: O futuro das plataformas de aprendizagem, em 26 de jun. de 2025.
Confira o papo na íntegra:
