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Você sabe o que não sabe? Ou ignora o que ignora?

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Quase ninguém, provavelmente, sabe tanto quanto pensa que sabe. Quando posta à prova, a maioria das pessoas descobre que não consegue explicar o significado de palavras ou conceitos de uso cotidiano, ou de fenômenos que acreditam entender.

Uma das principais armadilhas da aprendizagem é ignorar o que se ignora; quando isso acontece as pessoas param de questionar, de pensar criticamente e de escutar outros pontos de vista; param de buscar seu crescimento e seu desenvolvimento, pois elas desconhecem os limites da sua verdadeira competência. 

Algo próximo à síndrome da superioridade ilusória à qual fizemos referência em outro artigo.

Numa sociedade onde a forma se valoriza mais do que o conteúdo, a gente pode terminar contratando ou seguindo os conselhos de um suposto especialista “incompetente” que aparenta saber muito, tomando decisões erradas e chegando a resultados catastróficos.

É por isso que, parafraseando a René Descartes, os verdadeiros especialistas dariam tudo o que sabem pela metade do que ignoram.

Na década de 1970, um psicólogo chamado Noel Burch criou um modelo para descrever os estágios de aprendizado pelos quais passam as pessoas para aprender uma nova habilidade. Este modelo é conhecido como “Os Quatro Estágios da Competência”.

1. Você não sabe o que não sabe

Incompetência inconsciente – Conhece seu ponto cego? 

[ Você não é ciente da habilidade e nem da sua falta de proficiência ]

Por exemplo, você vê outra pessoa andando de bicicleta, fazendo um bolo ou criando uma experiência de aprendizagem. Então você pensa: “Parece simples, eu também consigo fazer isso!


2. Você sabe o que não sabe

Incompetência consciente – Tomada de consciência

[ Você é ciente da habilidade e da sua falta de proficiência ]

Quando você sobe na bicicleta e cai, quando seu bolo fica incomível até por você, ou quando roda a primeira turma do seu curso e alcança uma evasão de 80%, você começa a perceber que é mais difícil do que pensava e que na realidade, você não sabe fazer o que achava que sabia. 


3. Você sabe o que sabe

Competência conscienteConstrução de Proficiência  

[ Você é capaz de usar a habilidade, mas somente com esforço ]

É aí onde começa o processo de aprendizagem, você sabe que não sabe e quer muito aprender; assim, começa a estudar e treinar, se esforça; sobe e cai da bike várias vezes; faz vários bolos e estuda e compreende as nuances da construção de uma boa experiência de aprendizagem. Você chega a construir um conhecimento consciente e um nível de proficiência na construção dos resultados.  


4. Você não sabe o que você sabe

Competência inconsciente – Proficiência

[ Você é capaz de usar a habilidade de forma automática, sem esforço ]

Depois de andar de bike muito tempo, ou de fazer muitos bolos e, desenhar numerosas experiências de aprendizagem, você chega a integrar seus conhecimentos a sua estrutura conceitual de tal maneira que está em condições de fazer coisas sem sequer pensar nelas ou conseguir explicar.


Este framework é dinâmico; o conhecimento se cria e se recria, renovando-se permanentemente, exigindo uma enorme capacidade de escuta. Podemos achar que sabemos tudo numa área de conhecimento, mas tenha certeza que existem conhecimentos que você nem sabe que existem. Por isso, seja humilde e escute com carinho outros pontos de vista e experiências para não cair na armadilha de ignorar o que se ignora.

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Daniel Luzzi

CEO da Cognita Learning Lab • Diretor de aprendizagem da UniCTE • Referência em educação digital, fundador e diretor da Cognita Learning Lab, Professor da Fundação Dom Cabral, Doutor em Educação pela FE-USP e Mestre em Gestão Ambiental pela Cátedra UNESCO

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